quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Educação Física e Artística

A muito tempo nossa rede pública de ensino tem empregado as disciplinas de Educação Física e Educação Artística em sua grade curricular.

Porém, não dimensionamos de forma clara quais suas reais aplicações e seus efeitos sobre o processo de aprendizagem.

Ambas tem papel fundamental no desenvolvimento físico e psicológico dos alunos e devem ser explorados em seu total potencial. Quero discutir pontos importantes a serem observados em cada um delas.

Educação Física

Em meus tempos de escola sempre relacionei essa disciplina com a prática do futebol e do vôlei, algumas raras vezes handebol e queimada. Quando meus professores pediam para fazermos algo diferente disso, geralmente, apareciam certas resistências, descontentamentos e estranhezas por parte dos alunos. O fato é que nunca ficou claro para os alunos que essa matéria deveria ser para aprendermos a trabalhar nosso físico de maneira saudável e através de atividades físicas diversas. Acredito que o uso da Educação Física foi e ainda é subutilizado pelas escolas, tanto públicas quanto privadas em nosso país. Ela deve ser muito melhor trabalhada em seus conteúdos e até mesmo as Faculdades de Educação Física devem repensar aquilo que é passado para nossos futuros educadores.

Hoje, essas Faculdades preparam nossos jovens para serem personal trainers, professores de academia de musculação, e para repetirem os mesmos procedimentos que vimos nas últimas décadas. Apesar de tanto se falar em vida saudável ainda estamos longe de termos nossas escolas preparando pessoas que gostam de praticar exercícios em seu dia a dia e com hábitos saudáveis.

Espero ver o dia em que utilizaremos essa disciplina efetivamente como um alicerce para o desenvolvimento físico e motor de nossos alunos, auxiliando em todo o processo de aprendizagem e permitindo inserir o real valor da prática de exercícios físicos na vida das pessoas.

Educação Artística

Muitos imaginam que essa matéria só tem algum valor na pré-escola, estimulando nossos pequenos a exercitar sua criatividade, explorando as cores, formas, etc. através de um mundo lúdico e divertido. Mas porque não aproveitar tudo isso a qualquer momento? Porque desvalorizamos o poder da arte como disciplina. Porque tratar apenas assuntos de história da arte em cursos mais avançados de Educação Artística? Queremos formar críticos de arte? Colecionadores de quadros? Acho importante ensinar sobre os artistas, suas obras, suas técnicas, porém, julgo muito mais valoroso o valor da arte como expressão individual do ser humano. Porque desprezamos o valor psicológico da expressão artística, seu poder relaxante; e não falo apenas de pintura, mas de música, dança, fotografia, cinema, teatro, etc. É tanto conteúdo que fica difícil até decidir por onde começar, poderíamos criar temas a serem trabalhados horas à fio.

Quero deixar claro que o uso da Arte em nossas escolas é de fundamental importância, trazendo uma experimentações aos alunos que nenhuma outra disciplina pode suprir. Professores: não deixem de usar ao máximo o seu amor as artes para gerar assuntos muito interessantes aos alunos. Não tratem todos da mesma maneira, afinal, como sempre defendo aqui, cada pessoa enxerga e aprende de forma diferente, o que pode ser legal para uns, para outros é um tédio. Pensem nisso!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Método: Escola-empresa ou Empresa-escola



Esses dias, matutando sobre alguma metodologia que pudesse suplantar as atuais e desgastadas técnicas utilizadas nas escolas brasileiras, me veio uma idéia um tanto quanto incomum, porém, com um embasamento muito claro e fundamentado.

A idéia se deu a partir de diversas experiências, tanto no ramo profissional quanto no escolar, geralmente em projetos específicos, utilizando o trabalho em grupo para solucionar determinado problema e se espera uma solução, um produto.

Eu sempre gostei dessa forma de trabalho, pois realmente introduzia um senso de utilidade naquilo que eu estava realmente produzindo. Nunca consegui entender claramente o valor das notas dadas pelas avaliações.  No dia a dia das empresas temos que trabalhar em grupo para produzir determinado resultado, todo projeto funciona assim; unindo múltiplas disciplinas como comunicação, marketing, finanças, tecnologia e design. Porque em nossas escolas deve ser diferente?

Para minha surpresa, um dia depois de eu ter pensado nessa idéia descobri mais uma fonte de inspiração e praticamente o trabalho compilado de minhas idéias, afinal, existem muitos pensadores, cientistas, etc. neste momento trabalhando duro para resolver os mesmos problemas que passam em minha cabeça. E neste caso eu descobri o professor do Centro de Tecnologia e Empreendedorismo na Universidade de Harvard, Tony Wagner, escritor do livro Creating Innovators: The Making of Young People Who Will Change The World (ainda sem tradução para o português). Através de uma palestra, disponível no site da Microsoft pude conhecer um pouco suas idéias, vale a pena assistir até o fim. As idéias que ele apresentou e a mudança que ele citou enquadra perfeitamente com o propósito deste site.

Voltando à questão original: como inovar o processo educacional? Como renovar a metodologia, a forma como as coisas são feitas em nossas escolas?

A minha sugestão seria criar uma espécie de Escola-empresa ou Empresa-escola, onde os alunos devessem trabalhar em projetos fundamentados, com finalidades específicas, ou seja, com propósito. Desde o momento em que o jovem entrasse na escola ele seria tratado como se fosse parte de uma companhia, tendo responsabilidades individuais e também em grupo, com sua equipe de trabalho, que o acompanharia por muito tempo.

Eu sei que isso não parece algo tão inovador, pois com certeza você já ouviu falar em empresa + escola. Porém, onde há alguma escola que se utiliza realmente de uma estrutura empresarial, produzindo como uma empresa, seja produtos, serviços ou apenas idéias? Onde os alunos estejam envolvidos num propósito multidisciplinar para resolver determinado problema?

Os pontos a serem trabalhados dentro dessa didática devem ser discutidos profundamente e com muita cautela, pois não sou especialista nisso, e é fundamental que não se construa uma estrutura que vise promover alguns e descriminar outros, como se da em muitas empresas hoje em dia (e em nossa sociedade, que diminui o valor de certos cargos em detrimentos a outros). O fundamento deve ser totalmente o oposto disso. A idéia é de trabalhar o espírito inovador e a paixão pelo que se está fazendo, além de promover uma situação que ao mesmo tempo é lúdica, permitindo aos envolvidos brincarem com o ambiente a sua volta, atuando - como atores mesmo - e se envolvendo de maneira completa nessa experiência.

Infelizmente, todo o sistema educacional hoje, bem como nossa sociedade, preza pelos resultados, pelas notas de nossos alunos. Mas não pára pra pensar no final da cadeia: o aluno formado e o mundo que o aguarda. Será que estamos preparando nossos jovens para o futuro?