terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Método: Escola-empresa ou Empresa-escola



Esses dias, matutando sobre alguma metodologia que pudesse suplantar as atuais e desgastadas técnicas utilizadas nas escolas brasileiras, me veio uma idéia um tanto quanto incomum, porém, com um embasamento muito claro e fundamentado.

A idéia se deu a partir de diversas experiências, tanto no ramo profissional quanto no escolar, geralmente em projetos específicos, utilizando o trabalho em grupo para solucionar determinado problema e se espera uma solução, um produto.

Eu sempre gostei dessa forma de trabalho, pois realmente introduzia um senso de utilidade naquilo que eu estava realmente produzindo. Nunca consegui entender claramente o valor das notas dadas pelas avaliações.  No dia a dia das empresas temos que trabalhar em grupo para produzir determinado resultado, todo projeto funciona assim; unindo múltiplas disciplinas como comunicação, marketing, finanças, tecnologia e design. Porque em nossas escolas deve ser diferente?

Para minha surpresa, um dia depois de eu ter pensado nessa idéia descobri mais uma fonte de inspiração e praticamente o trabalho compilado de minhas idéias, afinal, existem muitos pensadores, cientistas, etc. neste momento trabalhando duro para resolver os mesmos problemas que passam em minha cabeça. E neste caso eu descobri o professor do Centro de Tecnologia e Empreendedorismo na Universidade de Harvard, Tony Wagner, escritor do livro Creating Innovators: The Making of Young People Who Will Change The World (ainda sem tradução para o português). Através de uma palestra, disponível no site da Microsoft pude conhecer um pouco suas idéias, vale a pena assistir até o fim. As idéias que ele apresentou e a mudança que ele citou enquadra perfeitamente com o propósito deste site.

Voltando à questão original: como inovar o processo educacional? Como renovar a metodologia, a forma como as coisas são feitas em nossas escolas?

A minha sugestão seria criar uma espécie de Escola-empresa ou Empresa-escola, onde os alunos devessem trabalhar em projetos fundamentados, com finalidades específicas, ou seja, com propósito. Desde o momento em que o jovem entrasse na escola ele seria tratado como se fosse parte de uma companhia, tendo responsabilidades individuais e também em grupo, com sua equipe de trabalho, que o acompanharia por muito tempo.

Eu sei que isso não parece algo tão inovador, pois com certeza você já ouviu falar em empresa + escola. Porém, onde há alguma escola que se utiliza realmente de uma estrutura empresarial, produzindo como uma empresa, seja produtos, serviços ou apenas idéias? Onde os alunos estejam envolvidos num propósito multidisciplinar para resolver determinado problema?

Os pontos a serem trabalhados dentro dessa didática devem ser discutidos profundamente e com muita cautela, pois não sou especialista nisso, e é fundamental que não se construa uma estrutura que vise promover alguns e descriminar outros, como se da em muitas empresas hoje em dia (e em nossa sociedade, que diminui o valor de certos cargos em detrimentos a outros). O fundamento deve ser totalmente o oposto disso. A idéia é de trabalhar o espírito inovador e a paixão pelo que se está fazendo, além de promover uma situação que ao mesmo tempo é lúdica, permitindo aos envolvidos brincarem com o ambiente a sua volta, atuando - como atores mesmo - e se envolvendo de maneira completa nessa experiência.

Infelizmente, todo o sistema educacional hoje, bem como nossa sociedade, preza pelos resultados, pelas notas de nossos alunos. Mas não pára pra pensar no final da cadeia: o aluno formado e o mundo que o aguarda. Será que estamos preparando nossos jovens para o futuro?

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